Sumario 25

 

Carlos
Drummond
de Andrade

Traducción y nota de
Carlos Vitale



 

 

Carlos Drummond de Andrade nació en 1902 en Itabira (Minas Generales, Brasil) y murió en Rio de Janeiro en 1987. Considerado uno de los principales poetas contemporáneos de su país.

Entre otros libros, ha publicado Alguma poesia (1930), Brejo das Almas (1934), Sentimento do mundo (1940), Poesias (1942), A rosa do povo (1945), Poesia até agora (1948), A mesa (1951), Claro enigma (1951), Violâo de bólso (1952), Fazendeiro do ar e Poesia até agora (1953), 50 poemas escolhidos pelo autor (1956), Ciclo (1957), Poemas (1959), Liçâo de coisas (1962), Antologia poética (1962), Obra completa (1964), Caminhos de Joâo Brandâo (1970), Amor, amores (1975), 70 historinhas (1978) y Esquecer para lembrar (1979).

 

 

 

 

Quadrilha

 

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia.
Joaquim se suicidou e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

 

 

 

Pandilla

 

Joâo amaba a Teresa que amaba a Raimundo
que amaba a Maria que amaba a Joaquim que amaba a Lili
que no amaba a nadie.
Joâo se fue a Estados Unidos, Teresa al convento,
Raimundo murió en un accidente, Maria se quedó soltera,
Joaquim se suicidó y Lili se casó con J. Pinto Fernandes
que no tenía nada que ver con esta historia.

 

 

 

 

Verbo ser

 

Que vai ser quando crescer? Vivem perguntando em redor. Que é ser? É ter um corpo, um jeito, um nome? Tenho os três. E sou? Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito? Ou a gente só principia a ser quando cresce? É terrível ser? Dói? É bom? É triste? Ser: pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas! Repito: ser, ser, ser. Er. R. Que vou ser quando crescer? Sou obrigado a? Posso escolher? Não dá para entender. Não vou ser. Não quero ser. Vou crescer assim mesmo. Sem ser. Esquecer.

 

 

 

Verbo ser

 

¿Qué serás cuando crezcas? Viven preguntando en derredor. ¿Qué es ser? ¿Es tener un cuerpo, una vocación, un nombre? Tengo los tres. ¿Y soy? ¿Tengo que cambiar para crecer? ¿Usar otro nombre, cuerpo y vocación? ¿O la gente sólo empieza a ser cuando crece? ¿Es terrible, ser? ¿Duele? ¿Es bueno? ¿Es triste? ¿Ser: se pronuncia tan de prisa, y entran tantas cosas? Repito: ser, ser, ser. Er. R. ¿Qué quiero ser cuando crezca? ¿Estoy obligado a? ¿Puedo escoger? No basta con entender. No voy a ser. No quiero ser. Voy a crecer así mismo. Sin ser. Olvidar.

 

 

 

© Carlos Drummond de Andrade,
de la traducción, Carlos Vitale

Inicio
Volver a  Aire
Subir
Volver a  Aire
Inicio